Filha, você veio no dia doze de maio de dois mil e onze. De surpresa, adiantada, seu pai levou um susto. Do prenúncio de seu nascimento à sua efetiva chegada foram quatro horas. De ansiedade, medo, felicidade.
Vi você sair da barriga da sua mãe, Luiza, quanta emoção! Que palavras que nada, falar o que? Consegui sussurrar um “eu amo você” com a voz trêmula e fraca. Depois disso, mais uma espera torturante, você demorou a chegar no quarto.
Trouxe você para meus braços logo após o almoço que nem tive, comer pra que? Naquele momento, meu amor, senti tudo de melhor que um ser humano pode sentir. Você dormia, minha filha. E era eu que estava nascendo.