sexta-feira, 1 de abril de 2011

As joias que sua avó deixou para você.

Quando criança, eu me orgulhava muito de uma coleção de pedras. Não eram diamantes, rubis, esmeraldas e sim seixos encontrados na pracinha em frente à casa em que eu morava.

Apesar disso eu tinha a certeza de que era linda minha coleção. Quem mais me incentivou foi minha mãe. Lembro-me bem, eu brincando no tanque de areia e ela me chamava: “filho, vem ver a pedra chegada que eu encontrei”. Então levávamos para o local onde meu tesouro ficava, um cantinho do jardim da nossa residência.

Foi nesse tempo, Luiza, que aprendi a ver coisas com poesia. Sua vó Zezé quem me ensinou (provavelmente ela nem se dá conta disso). Porque só olhos líricos são capazes de enxergar graça nas pedras jogadas por um terreno qualquer.

Quero muito fazer o mesmo por você, minha filha. Tenho treinado bastante meu olhar para que, quando você chegar, eu consiga encher sua vida de poemas. E hoje, justamente exercitando meu lado mais sensível, lembrei-me desta história e pensei em colecionar pedrinhas com você. Elas podem não ser as mais bonitas, nem as mais caras. Mas são as mais preciosas que podemos ter.

Um comentário:

  1. Fafau, que lindo!!! Olhos marejados...
    Luiza, seus pais são incríveis! Bjs

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