quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Meninos também choram.


Ontem eu chorei, minha filha. Pode ser chocante para você, mas saiba desde já que adultos também choram.

Eu era crescido quando percebi pela primeira vez meu pai aos prantos e, confesso, a cena me assustou. Sabe, quando a gente é criança pensa que nossos pais são super heróis, imbatíveis, inabaláveis. E vê-lo assim tão triste, a ponto de deixar escaparem as lágrimas em minha frente, foi um fato marcante em minha juventude. Passou. Hoje sei que é normal.

Mas meu choro de ontem foi de outro tipo, um que você também vai experimentar. É o  de quando ficamos felizes. É gostoso quando acontece desse jeito, pode acreditar.

Tem sido frequente, Luiza, penso em você e meus olhos acabam ficando marejados. Gosto de tentar imaginar como é seu rosto - será que você vai se parecer comigo ou com a mamãe? Nessa brincadeira de adivinhar também tento descobrir do que você vai gostar, de boneca, de música, de dançar? São tantos pensamentos que me invadem, acompanhados de sentimentos tão extremos, que não agüento, a emoção toma conta de mim.

Talvez um dia você chegue em casa e me encontre chorando. Se me vir deste jeito, minha filha, não precisa se preocupar. Dê-me um abraço, seguido de um beijo estalado na bochecha. Tanto faz se o choro for de tristeza ou de alegria: seu carinho será bem vindo em qualquer situação.

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