quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Espera.


Eu já esperei pelo violão dos meus sonhos numa esteira de aeroporto. Comprei em Nova York, cheguei no Brasil. Toda a bagagem em mãos menos o tão querido instrumento. Demorou horas, minha mãe que acompanhou a angústia no local disse que meu sorriso ao ver o violão foi único.

Esperei também algumas ligações. De uma paixão adolescente que nunca veio. De uma resposta de emprego que por fim foi negativa. De pessoas queridas para me desejar feliz aniversário. Toda a espera valeu alguma coisa, mesmo quando o telefonema não ocorreu.

Já tive que esperar minha irmã trocar de roupa para sair à noite. Somos compreensíveis com namoradas, com irmãs nem tanto. Fiquei debaixo da escada impaciente. Ao vê-la arrumada, mais nervoso ainda me senti. Difícil ver aquela criança de repente aparecer pintada de mulher para seus amigos babarem.

E esperei muito mais: um pedido de desculpas, um abraço sincero, um pouco mais de compreensão. Aos trinta e cinco já vivemos todo tipo de espera. Quer dizer, quase todo.

Hoje, Luiza, espero sua chegada. Essa é inédita e incomparavelmente mais preciosa do que qualquer outra. Causa ansiedade, um pouco de receio, muito amor.

Seis meses já voaram. E não espero nada a mais, quero apenas que você venha.

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