sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Estou procurando um realejo.



Bom dia, meu amor. Hoje ao vir para o trabalho escutei Realejo do Chico em meus fones de ouvido. Filha, eu adoro ouvir música quando estou no trem. As canções fazem um contraste com a correria da cidade, acabo por viver algo surreal. Enquanto pessoas olham os relógios, andam apressadas, eu fico fechado em meu mundo cheio das canções que mais amo.

O fato é que tal realejo me fez pensar. “Ninguém mais quer hoje em dia acreditar no realejo” – diz Buarque, que na sequência anuncia sua venda. E olha que o “hoje em dia” citado é bem mais antigo que seu próprio pai, pequena Luiza.

Eu queria um dia poder mostrar um realejo para você, tomara que ele não esteja extinto quando você ficar grandinha.

Em meu sonho vamos juntos andando de mão dadas, de repente você se encanta com o pequeno papagaio dentro de uma caixinha amarela de madeira. Um moço de suspensórios e boina roda a manivela e uma valsa preenche a praça. Pego o bilhete do bico do bichinho e leio em voz alta para você: não fique procurando a felicidade, ela está de mãos dadas com você.    

Um comentário:

  1. Ali na feirinha da Benedito ainda tem, vai lá com a Luiza, assim que ela chegar.

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